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Padre Davi Dietrich: veja como foi a ordenação do novo presbítero da Arquidiocese

Atualizado: 18 de jan. de 2021

Fonte: Arquipoa

Davi sonhou por muito tempo com o dia de ontem, data em que tornou-se sacerdote para dedicar a sua vida ao pastoreio daqueles que Deus a ele confiar. Mas nem tudo o que compõe este momento foi esperado pelo mais novo padre da Arquidiocese de Porto Alegre. A pandemia acentuou as misérias do povo e criou novas dificuldades para a vida pastoral.

"Para mim, está sendo uma grande provação. E foi isso que me disseram também neste últimos dias que antecederam minha ordenação presbiteral. Mas confiar na providência divina é uma atitude-chave para todos nós neste momento", observou Davi durante o bate-papo realizado pela Ascom (Assessoria de Comunicação) da Arquidiocese de Porto Alegre, na última quinta-feira (3). Na noite de ontem (4), em Ordenação Presbiteral presidida por Dom Jaime Spengler, na paróquia Paróquia São Vicente de Paulo, em Cachoeirinha, Davi Dietrich foi consagrado presbítero. Apenas convidados puderam participar da celebração devido os cuidados sanitários necessários. Em sua homilia, Dom Jaime refletiu sobre a figura do Bom Pastor para resgatar o papel essencial do sacerdote. "O bom pastor está atento ao que está acontecendo ou pode acontecer; ele orienta, cuida, sustenta o rebanho. Os maus pastores não cuidam; exploram, traem, agem de forma dissimulada, maldizem, promovem classificações, distinções, separações. Diante do perigo 'dão as costas’... Estas indicações do texto evangélico iluminam nossa missão, assumida diante de Deus e o povo de cuidar, orientar, alimentar, sustentar, animar, sanar, acompanhar, proteger o rebanho do Senhor", realçou Dom Jaime. E a situação pandêmica que vivemos também foi tema da exortação do arcebispo metropolitano. "O tempo atual é marcado por confusão, medo do futuro, desorientação. Experimentamos a sensação de termos sido exilados de uma realidade conhecida para outra desconhecida e inesperada. Estamos nos descobrindo mais frágeis do que pensávamos sê-lo. Tal situação nos convida à reflexão, a resgatar as perguntas que verdadeiramente importam e nos convida a um olhar apropriada sobre a vida. Há uma perspectiva de vida mais saudável, que o Bom Pastor nos oferece, que nos solicita capacidade de transformação", observou Dom Jaime. Leia a íntegra da homilia de Dom Jaime Spengler: A página do Evangelho apresenta Jesus revelando sua identidade, distinta da dos chefes do povo, considerados ladrões, predadores e mercenários. Jesus usa uma linguagem simbólica, cuja finalidade é ganhar os corações para o Reino de Deus. A simbologia do pastor com significado religioso é antiga. Para o povo de Israel, Deus é pastor, que guia, reuni, cuida, nutri e ocupa-se das ovelhas mais frágeis. Jesus assume essa simbologia e a aplica à sua pessoa. Ele se apresenta como aquele que “entra pela porta” do redil, que conhece suas ovelhas e por elas dá a vida. O Bom Pastor se faz um com suas ovelhas. Ele é disponível: “dá a vida pelas ovelhas” – O texto o repete por bem três vezes! À imagem do Bom Pastor é contraposta a imagem do mercenário, o qual abandona e expõe as ovelhas ao perigo dos lobos. Trata-se de uma imagem também antiga que alude aos dirigentes políticos e religiosos que levaram o povo a se dispersar e a se perder. Tendo presente fatos do passado, Jesus insiste em se apresentar como Bom Pastor, porque experimenta o amor do Pai que deseja a vida e a liberdade de seus filhos e filhas. Por isso, se apresenta como verdadeiro e bom pastor. E o é! O bom pastor está atento ao que está acontecendo ou pode acontecer; ele orienta, cuida, sustenta o rebanho. Os maus pastores não cuidam; exploram, traem, agem de forma dissimulada, maldizem, promovem classificações, distinções, separações. Diante do perigo ‘dão as costas’... Estas indicações do texto evangélico iluminam nossa missão, assumida diante de Deus e o povo de cuidar, orientar, alimentar, sustentar, animar, sanar, acompanhar, proteger o rebanho do Senhor. O tempo atual é marcado por confusão, medo do futuro, desorientação. Experimentamos a sensação de termos sido exilados de uma realidade conhecida para outra desconhecida e inesperada. Estamos nos descobrindo mais frágeis do que pensávamos sê-lo. Tal situação nos convida à reflexão, a resgatar as perguntas que verdadeiramente importam e nos convida a um olhar apropriada sobre a vida. Há uma perspectiva de vida mais saudável, que o Bom Pastor nos oferece, que nos solicita capacidade de transformação. Por meio do Sacramento da Ordem, nos tornamos colaboradores mais diretos do Senhor. Não podemos perverter o ministério que recebemos! Mediante a entrega pessoal a Cristo, na disposição de caminhar com ele, servindo-o e respondendo ao seu chamado, mesmo quando algo contradiga nossos projetos pessoais, desejos de estima e auto realização, somos instigados a sempre e de novo fazer nossos os sentimentos dele. Estamos nas mãos do Senhor; sua vontade é a nossa; seus sentimentos são os nossos; sua vida é nossa vida. Isto requer entrega, disponibilidade, liberdade, presteza “para o que der e vier”. Aponta para algo grandioso, no qual nos lançamos com tudo o que temos e somos, e que carregamos em vasos de barro. Da nossa competência é buscar responder ao seu amor, rejeitando tudo o que é vergonhoso, não procedendo com astúcia, nem falsificando a Palavra de Deus (2ª leit.). Caro diácono Davi, São tantas as indicações que colhemos da liturgia da Palavra! São indicações de conforto e esperança, mas que também trazem desafios, recordando a necessidade de constante vigilância e atenção. Nosso ministério é marcado pelo “permanecer” no amor do Senhor pelos seus, no caminho por ele indicado, na missão por ele confiada a cada um de nós, sem perder a sintonia pastoral, o sentido da comunhão com os irmãos e com o Senhor. Somos convocados a nos esvaziar de nós mesmos, para fazer nossos os sentimentos do Bom Pastor. Que tua vida e ministério possam ser indicação segura para a vida plena que o Senhor, Bom Pastor, oferece a todos. Davi, Que teu viver, pensar e agir estejam marcados pelas virtudes do Senhor. Assim, juntos no mesmo presbitério, possamos nos apoiar uns nos outros até alcançarmos, com o auxílio da graça, a estatura de pastores bons. Assim seja. (Fotos: Seminarista Marto Vilaza)

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