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A benção, João de Deus

+ Dom Jaime Spengler

Arcebispo da Arquidiocese de Porto Alegre


Há 40 anos, Porto Alegre recebeu, com entusiasmo, alegria e fé, um ilustre visitante: São João Paulo II. Era a primeira vez que o solo gaúcho acolheu um Papa! As pessoas que participaram daquele evento conservam na memória os momentos marcantes daqueles dias 04 e 05 de junho de 1980. Na saudação ao Cardeal Vicente Scherer, S. João Paulo II fez uma bela referência aos porto-alegrenses e aos gaúchos: “saúdo a todo o povo de Porto Alegre e do Estado do Rio Grande do Sul. Viveis aqui a harmonia do encontro de tantas raças, fundidas em autêntica brasilidade. Sois uma lição viva de que é possível ao homem viver em fraternidade com o seu semelhante. Desta Arquidiocese que nasceu com o título e sob o patrocínio do Apóstolo São Pedro, o sucessor do mesmo Pedro cumprimenta a todos e para todos invoca as bênçãos de Deus, mas sobretudo, para os anciãos, os enfermos, os que sofrem no corpo ou na alma, para as criancinhas... A todos o Papa abraça com sincero afeto. Por todos o Papa reza, a todos os Papa abençoa” (Porto Alegre. 04.07.1980). A benção invocada pelo “Papa que veio de longe” sobre o nosso povo encontra, 40 anos depois, repercussão. Vivemos tempos críticos; experimentamos um tempo precário, de incertezas, de silêncio e de esvaziamento. A crise do tempo atual exige retomarmos as questões fundamentais: o que é o ser humano? Em que consiste a existência humana? Qual a importância do cuidado pela vida? Por que da necessidade de cuidarmos de nossas relações interpessoais? Diante da realidade da pandemia provocada pelo novo coronavírus, vale perguntar: está o vírus provocando uma doença terrível, ou já estávamos doentes antes de seu surgimento? Se há 40 anos o Brasil estava vivendo um período de abertura democrática, após anos de dura crise política, hoje, vive um tempo marcado pela conjugação de várias crises, exigindo de todos aquilo que Papa Wojtyla apontava já naquela visita como uma necessidade: construir “juntos (...) uma civilização da verdade e do amor, uma cultura que promova sempre mais o homem e facilite sua evangelização, ajude-o a crescer em sua dimensão: humana e divina, e a reconhecer o valor do próprio ser, o sentido de sua existência, a conhecer e a amar Cristo no qual Deus se revelou plenamente a cada homem e a cada povo” (Rio de Janeiro, 01/07/1980).

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